segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Say you, say meeeeeeeeee

No último sábado fui ao show de Lionel Richie no ginásio do Ibirapuera. Sim, leitor... LIONEL RICHIE. Meu lado ultra-mega-extra-power romântico falou mais alto e paguei uma pequena fortuna para, das cadeiras marrons, ouvir, cantar, apreciar os hits do meu ídolo. Ouço Lionel Richie desde pequena. Lembro que uma amiga que morava na minha rua (eu deveria ter 11, 12 anos) adorava “You are” e tinha essa música gravada numa fita K-7... aff... faz tempo isso! Sempre que eu ia a casa dela a gente ficava ouvindo. E ela dançando...

O ginásio não estava lotado. Acho que o preço dos ingressos afugentou os quarentões que, nos anos 70 e 80, dançaram ao som do Lionel de rostinho colado. Não é o meu caso, ok?! Sinceramente, não sei explicar o meu caso. Eu adoro música romântica, melosa, aquele tipo que não falta nunca um “I love you” no meio, sabe? De preferência americana (as rimas são mais melódicas e, se a letra não é lá essas coisas, a gente abstrai porque muita coisa não entendemos, mesmo...). Músicas românticas nacionais hoje em dia têm pegada sertaneja (que eu odeio com todas as minhas forças) ou brega total, tipo Roberto Carlos. Exceção para Djavan, por exemplo, que já gravou coisas maravilhosas, mas hoje em dia está meio em baixa. Tudo bem... você pode achar que Lionel Richie é brega... afinal, o romantismo hoje é uma coisa brega, né? Vá lá que seja. Pode até ser... Ok, ok, é brega, vai!!! Mas eu gosto, tá? Dá licença?

Well... voltando ao show... o cara atrasou 30 minutos. E eu comendo batata frita e bebendo guaraná, pra passar o tempo, rodeada de casais em clima “só love”. Sozinha. Imagina se Miguel ia sair de casa pra ver Lionel Richie??? Nem pensar!! Eu respeito, porque também não saio de casa pra ver as bandas que ele gosta (gênero chamado “rock progressivo”, que eu chamo de “rock depressivo”). Aí às 22 horas em ponto o ginásio escurece, o palco se ilumina parcialmente (luzes de neon azul!!) e entra aquela voz maravilhosa...a galera veio abaixo...aí percebi que não era ele ao vivo (ainda!), e sim tipo uma vinheta, uma mistura de “Hello” com aquela música “Everybody dance now”. Sabe qual é?? Putz! Sem noção. Caí na gargalhada. E fiquei me perguntando: o que isso tem a ver, gente?

A crise de riso foi rapidamente substituída por um gritinho de “uhuuuuuuu”, pois o Lionel entrou logo em seguida. Modelito “all black” (baita negão alto, 100% vigor aos 61 anos), cantando uma música que eu não conhecia. Aaaaaaahhhhhhhhh...mas o impacto negativo durou somente 3 segundos...a voz maravilhosa dele tomou conta do Ibirapuera e logo todos estavam cantando (quem sabia a música, claro!) e dançando. Na primeira salva de palmas todo o estádio estava de pé!!!


Foto do show de sábado

O set list foi absolutamente fantástico!! Ele praticamente só cantou hits...nada de músicas recentes pra promover CD, sabe? É honesto dizer que todo mundo ali queria ouvir os sucessos dele, até porque é disso que ele vive, e não de lançamentos...Mas antes de entrar no detalhe das músicas, um pouco da história do cantor:

- alcançou o sucesso no “The Commodores”, grupo de R&B (rhythm and blues). Ele era saxofonista.

- o grupo era um dos contratados da gravadora americana Motown, que lançou grandes nomes da black music, tais como Jackson 5, Diana Ross e Steve Wonder.

- Em 1982 iniciou carreira solo e já no álbum de estréia emplacou “Truly” (É linda! Ouçam!!! Essa ele não cantou no show...snif...).

- É pai adotivo de Nicole Richie, que ficou famosa participando, junto com Paris Hilton, de um reality show americano cujo nome não me vem à mente agora. (Ok, essa informação eu podia ter suprimido, porque não tem absolutamente importância nenhuma...ahahahah).

Voltando...Lionel foi extremamente simpático durante os 100 minutos de show. Várias vezes elogiou a platéia, a cidade, o país...disse que demorou muito pra vir aqui mas que agora não queria ir embora... E soltou vários “unbelievable”, “amazing” e, é claro “I love you”. Ganhou um ursinho de pelúcia branco, que colocou em cima do piano, e também uma almofada vermelha em forma de coração, com aqueles brações, sabe? É, minha gente...apesar de estar longe do palco, estava de posse da minha máquina fotográfica bombada, com zoom óptico de 20x. Em algumas partes do show ela me serviu de binóculo!! ahahahahahahaha

Detalhe: ele utilizou várias toalhinhas para enxugar o suor e a mulherada do gargarejo começou a pedir que ele jogasse as ditas...pra elas...e ele jogou várias! Argh...

Agora música a música, com comentáriossssssss:

- All around the world = É do Commodores e eu não conhecia…Muito legal…vou baixar no E-mule!!

- Penny Lover = Ele canta: “Now my love is somewhere lost in your kiss” (“Agora meu amor está perdido no seu beijo”). E também diz à Penny que ela é o maior desejo dele e que ele não precisa de mais nada além dela!

- Easy = Essa, leitor, você conhece. Aposto! Clássico do Commodores e toca até hoje na Antena 1...”That’s why I’m easy....I’m easy like Sunday morning....”. Ele no piano. Maravilhoso!

- No meio de “Easy” ele emenda “My Love”!!! Não contive o grito! Show......essa é linda...a melodia é incrivelmente romântica. Pode incluir na trilha sonora do momento mais cuti-cuti da sua vida!!!

- Ballerina Girl = é fofa essa música. Bem suave...

- Running with the Night = Mais agitadinha...Solo incrível do guitarrista, que era meio sósia do “Ovelha”.

- Still = Aqui ele voltou ao piano e cantou lindamente essa música. Começa assim: “Lady, morning’s just a moment away, and I’m without you once again...”. Ele e a amada estão passando por dificuldades…no final ele diz que apesar de tudo ainda a ama....o “ainda” (“still” em inglês) vem no final da frase...quase um sussurro...Uia!

- Oh, no = Essa é outra que tem a melodia linda, mas você tem que abstrair a letra, porque é péssima! Ele chama a mulher de “honey”, de “sugar”, mas deixa ela ir para os braços de outro....e aí não consegue dormir...Ah, faça-me o favor, Lionel!! Se essa música fosse nacional, teria sido gravada pelo Carlos Alexandre ou pelo Bartô Galeno! Mas eu cantei mesmo assim...:-)

- Stuck on you = Quem assiste novela conhece essa. Foi tema de “Vereda Tropical”. Eita!!! Lindíssima com a orquestra inteira. E novamente a platéia em coro: “...guess I’m on my way.....”

- You are = Aquela que a minha amiga gostava. Ainda toca muito no rádio...era chiclete de ouvido...”You need to know...I Love you so...and I’d do it all again and again…oohhh…oohhh”

- Three Times a Lady = Adoro essa. Uma declaração de amor e tanto! No refrão ele pediu pra galera cantar o “I Love youuuuuuuuuu”.

- Dancing On The Ceiling = Uma das poucas músicas dançantes da noite. O pessoal da pista tirou os pés do chão.

- Sail On = Também do Commodores. Já tinha ouvido algumas vezes, mas não é uma das minhas prediletas.

- Say you, say me = Essa devia ter ficado pro bis...Acho que é a música mais famosa dele...foi tema do filme “O Sol da Meia-Noite”, de 1985, e ganhou o Oscar de melhor canção original.

- Mais duas músicas do Commodores, “Fancy Dancer" e "Lady (You Bring Me Up)".

- Endless Love = Essa você também conhece, leitor. Dueto com Diana Ross, a música foi tema do filme “Amor sem fim”, com Brooke Shields (em 1981). Ele disse no show que como a parceira, Diana, não estava presente, as mulheres da platéia iam cantar no seu lugar. Delírio!!! Rios e rios de açúcar escorrendo pelas laterais do palco!!! “My Love...there’s only you in my life...the only thing that’s right…”

- Brick House = Outra desconhecida, do tempo do Commodores.

Aí ele foi embora. E voltou para o bis:

- Hello = O ginásio quase veio abaixo!! Altos coros...

- All night long = Essa foi pra agitar e se despedir em grande estilo...tem uma partezinha dela que parece música caribenha, mambo, sei lá...aí ele deu umas reboladas e disse que estava dançando igual à Beyoncé...rsrsrs

Foi embora de novo, abraçado à almofada de coração (o ursinho ficou em cima do piano). E ninguém arredava pé...faltava o grand finale...a apoteose...WE ARE THE WORLD.


Gentem...esse homem voltou pra cantar essa música e foi tu-do!!! O ginásio inteiro acompanhou...embora soasse estranho ele cantando a parte dos outros cantores, né? A gente tá acostumado a ouvir a música com ele começando e os outros cantores entrando, cada um na sua parte. E o primeiro refrão é de Diana Ross...mas valeu...

Acho que não tem preço ver e ouvir um ídolo. E São Paulo, como sabemos, é roteiro obrigatório dos grandes shows.... Essa é uma das poucas vantagens de se morar aqui, na minha opinião...ahahahaha....


Dia 26 de setembro tem mais: Chicago. Alguém conhece? Era o grupo do Peter Cettera, que cantava a música de Karatê Kid (o original, com Ralph Macchio). Não??? Não lembra??? “Glory of love”??? Ah, me poupe!!! Rsrsrs

E dia 6 de outubro, estarei eu, cantando “Blaze of glory” e suspirando pelo inoxidável JON BON JOVI no Morumbi. Gente...ainda tem ingresso, hein?! Aproveitem!!!
Bjs

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Tentando meditar...

Nesses últimos meses resolvi experimentar coisas novas, a exemplo da dança (e, em breve, ioga...ah...e também o retorno à academia...faz mais de 3 meses que não coloco meus pezinhos lá!).

Essa semana foi a vez da meditação...hummmm...confesso que sou bastante cética em relação a essas coisas...comunicação com o “eu interior”, alinhamento de chakras, conexão com a “mãe terra”... Admiro quem curte, põe em prática e vive zen (ou tenta ficar zen), mas pra mim é complicado. Acho que tenho déficit de concentração, sabe? Mas quis experimentar e lá fui eu.


A primeira dificuldade foi acordar cedíssimo e sair sem café da manhã pra estar no banco às 8 em ponto (as sessões de meditação fazem parte do Programa Qualidade de Vida, cujas atividades o RH disponibiliza gratuitamente para os funcionários interessados). Consegui! Chegando à sala, imaginei que estaria cheia, com todo mundo sentado no chão. Para minha surpresa, só a Tati estava lá (minha colega de área e companheira nessa aventura). Depois chegou outra moça (acho que há mais céticos no mundo do que eu imaginava!). Aí a professora (não sei se é essa a denominação) começou a explicar como funciona o negócio. Iríamos fechar os olhos e nos manter sentadas nas cadeiras enquanto ela nos daria as instruções (a sala para a atividade é uma sala de reunião normal, com mesa e cadeiras, portanto a história de sentar no chão ficou apenas na minha cabeça). Deveríamos, então, seguir o comando da sua voz, que por sinal era suave, doce e baixinha...como teria que ser, né? Imagina alguém com um tom “gasguito” de voz, como a minha, por exemplo (tipo uma gralha esganiçada), te mandando relaxar o maxilar inferior...ahahahaha...filme de comédia pastelão!!!


Achei que era assim, na posição de lótus, que se meditava...

Bom...vou dizer pra vocês que consegui ficar os 40 minutos da sessão completamente inerte (sentada, tronco ereto, mãos sobre as pernas), embora sentisse meu pescoço doer um pouco. A professora nos orientou a relaxar todo o corpo – parte a parte, começando pelo couro cabeludo (não sei como se faz isso, mas abstraí) e terminando nos pés. Depois, induziu-nos a enxergar as luzes de uma imagem que nos entregou impressa antes da aula (procurei na internet pra postar aqui, mas não achei). Nessa imagem a pessoa está no centro de um cubo de luz branca, que por sua vez está dentro de outro cubo de luz azul. Ao redor do corpo da pessoa há uma luz roxa muito forte. E o corpo está refletido no chão (contato com o centro da terra). Acima da cabeça há vários círculos de luz de várias cores e, por fim, há uma luz amarela cortando o corpo de cima a baixo (entra na cabeça e sai nos pés). Deu pra entender? É uma imagem muito bonita, que transmite paz, serenidade.


Como já falei, a concentração é uma coisa complicada pra mim. De olhos fechados, em alguns momentos me dava tonturas e a vontade de abri-los às vezes era quase insuportável. De repente alguma parte do corpo coçava...ou alguém passava pelo corredor, conversando alto...e daqui a pouco a outra menina que estava meditando com a gente espirrava...e a professora falando, falando...nossa! Muito difícil...aí não deu outra! A mente vagou bonito...vagou tanto que deletei a professora do ambiente e comecei a pensar em coisas a fazer, tais como:


- avisar a Miguel que a professora de Alice marcou uma reunião na escola, e que eu preciso anotar isso na agenda;


- comprar Bisnaguinha pra Léo levar no lanche;


- ligar pra minha mãe e perguntar se ela estava melhor da gripe;


- checar por que a minha conta de telefone veio tão alta esse mês;


- marcar manicure;


- comprar presentinho para a amiguinha das crianças, que faz aniversário no sábado;


- ver com Rosângela (minha empregada) se o cheiro de fossa (sem noção!) que estava emanando do meu lavabo diminuiu...;


De repente, voltei a ouvir a voz da professora...e me dei conta que tinha perdido uma grande parte das instruções que ela estava dando. De certa forma eu meditei, né? Praticamente saí do corpo e me vi numa mesa, fazendo uma lista de tudo o que precisava providenciar nos próximos dias...rsrs....E nada, nada de luz. De cor nenhuma. Só aquele preto total, normal, que você vê quando os olhos estão fechados. Mas não fiquei frustrada, não. A professora nos advertiu no início da sessão que nem todo mundo consegue vê-las de início. E pra ser sincera, eu não tinha nenhuma expectativa. Só queria experimentar. O pior foi ouvir Tati, do meu lado, mandando muito bem na respiração (e provavelmente se vendo dentro dos cubos de luz). Praticamente uma profissional (ela faz pilates, ioga...e acho que vai virar habitué da meditação).


Após os 40 minutos, abri os olhos, dei uma espreguiçada e percebi que não estava com torcicolo. Pelo contrário. Estava completamente relaxada...o pescoço, os ombros, as pernas... E por isso resolvi voltar semana que vem. Comecei o meu dia como se tivesse feito uma massagem anti-stress. Que bom...porque fui do céu ao inferno em pouco tempo. No próximo post, vou contar a vocês como me perdi na Barra Funda e cheguei a uma reunião bem na hora em que ela acabou!


Beijos.

O que é que é isso, minha gente?????


Deliciemo-n0s com a capa da autobiografia do recém-assumido Ricky Martin...Nos EUA o livro vai se chamar "Me". Mais gay, impossível...
Maldades à parte, diz aí se não dá vontade de comprar o livro somente pra fazer um poster dessa foto???



sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Bailando mesmo......

Essa vai ser uma epopéia e tanto...minha trajetória rumo aos concursos de salsa!!!
Como falei no post do Rey Castro, há muito tempo tenho interesse em fazer um curso de dança. Pra virar um hobby, sabe? Não tenho nenhum hobby...não consigo ter um tempo pra fazer algo somente meu, que me faça desligar do mundo e relaxar. Bom...agora eu tenho! Desde a quarta-feira, dia 11, sou uma estudante de salsa. Pra ficar melhor, só se eu tivesse direito a carteira de estudante!!! Ahahahahah

Minhas aulas acontecerão toda quarta, das 8 às 9:30 da noite, no Centro de Dança Jaime Aroxa. É, minha gente, luxo&riqueza também na escola de dança...Jaime Aroxa, além de bailarino, é coreógrafo dos bons, jurado da Dança dos Famosos – uau!!! - e além de tudo é pernambucano. Cabra bom!!! Imagino eu que os professores da escola, seus pupilos, sejam igualmente bons, né não?


Esse aí é Jaime Aroxa, mas essa foto deve ser muito velha...

A primeira aula foi sensacional!!! Encharquei de suor e, oxalá, perdi 400 calorias (li isso em algum lugar...que numa boa aula de salsa você pode perder o equivalente a uma porção de feijoada, ou a um pedaço de pizza 4 queijos, ou a uma fatia de bolo de cenoura com cobertura de chocolate). É pouco...mas somado ao prazer de dançar...não tem preço!



A sala de aula é enorme e tem um espelhão que toma conta de uma parede inteira, para que os alunos possam ver o que os professores estão fazendo e para que possam se situar durante alguns movimentos (sim, tem gente que dá um giro e precisa de um referencial pra parar onde começou, sabe?). Devia ter uns 20 casais. Entenda-se “casal” não necessariamente um dupla - homem-mulher - que mantém uma relação estável, mas também um homem avulso que fez par com uma mulher avulsa, entendeu? Entenda-se por “avulso(a)” aquele(a) que se matriculou sozinho(a), sem a cara-metade, quando ela existe...Vixe...entendeu, não??? Resumindo, eu era uma mulher “avulsa”. E além de mim devia ter mais umas 15. Ou seja, até na aula de salsa falta homem. Uma tristeza. A salvação são os bolsistas, alunos mais antigos da escola que participam das aulas para suprir a falta dos cavalheiros. O problema é que nem sempre o bolsista é homem. Novamente o sexo feminino prevalece. Há, portanto, meninas que têm que fingir que são cavalheiros para dançar com as desacompanhadas. De novo, uma tristeza! Tudo bem...tá valendo se o intuito é aprender, né?


Profissional....

A metodologia de ensino é simples. Tem um casal de professores e cada um se encarrega de ensinar aos alunos o que cabe fazer aos cavalheiros e damas, respectivamente. E os passos básicos, já falei pra vocês que é fácil, né? É aquilo mesmo...o que eu pensei na prática – quando estava dançando com o Cebolinha no Rey Castro – confirmou-se na teoria: um passo pra frente, pára no meio, um passo pra trás, volta pro meio...e começa de novo. Além do “pra frente, pra trás”, aprendemos nessa primeira aula a variação do passo básico para os lados e também um giro simples. Vimos também que a salsa pode ser bailada com o casal junto ou solto. E por fim o professor lembrou que, como em todas as danças, o cavalheiro comanda os movimentos e “leva” a dama. Apesar de estar cansada de saber disso (todo mundo sabe), fiquei meio revoltada. Nós, mulheres, não mandamos nada no mundo da dança....Se você for a um lugar pra dançar e estiver num grau mais avançado da salsa (já fazendo aquele monte de piruetas que as profissionais fazem) e , por acaso, for dançar com um zé mané principiante, vocês vão ficar no “pra frente, pra trás” a noite inteira. Nada de passinho para os lados, nem de giro, nem de nada...se ele não dá o comando pra mudar de passo, você tem que permanecer na ditadura do basiquinhho. À dama não é permitido forçar um passo, nem mesmo largar as mãos do par e dançar solta. Tem que esperar que o tirano do cavalheiro lhe conduza. Não é o fim da picada? Fala sério...Ah, sabe como é o tal “comando”??? Pode ser um apertinho na mão (nada que vá quebrar os metacarpos da dama, claro!!!) ou um puxãozinho para a direção do novo passo. Parece simples, mas...sei não...vamos ver...

Posso dizer a vocês que tão divertido quanto passar uma hora e meia dançando foi mangar* do povo. A concentração de “Langos-Langos” era grande, viu? Tinha uma galera que nasceu com uma vassoura atrelada à coluna vertebral e outros que pareciam estar num desfile militar. Outros ainda que não conseguiam de jeito nenhum sincronizar braços e pernas e ainda aqueles que atropelavam o ritmo da música o tempo inteiro. Tem também uns que ficam olhando pro lado, pra ver como o outro está fazendo, e aí esbarram em alguém...ahahahahaha...e outros que pensavam estar aprendendo samba de gafieira. Uma coisa!!! Teve uma hora que mandaram a gente formar grande um círculo e ficar dançando o passo básico (pra frente, pra trás). Aí uma mulher começou a ir pra frente, literalmente, e daqui a pouco tinha saído do círculo e estava do lado da professora....ahahahahahahah. Mas também tinha os danadões...uns carinhas feios de doer que haviam feito o curso de férias e estavam se achando, tipo mexendo os ombros igual ao Beto Barbosa dançando “Adocica”. Tudo bem que eles não se ligaram que a aula era de salsa e não de lambada. Helô!!!!!!!!!!

Bom...apesar de não me considerar principiante (ao menos tenho ritmo e um certo molejo), em alguns momentos me peguei mexendo demais o quadril. A professora, sem querer me dar a direta, falou para o grupo que não era pra mexer muito o quadril, pois não estávamos dançando forró!!! Snif, snif...a herança nordestina me traiu...Ah! Também levei bronca da bolsista (fingindo ser meu cavalheiro). Ela reclamou que os meus braços estavam muito tensos, que eu tinha que relaxar. Ok, minha filha, vou melhorar. Me aguarde nas próximas aulassssssssssss.

Ah...no finzinho da aula os professores inventaram uma recreação. Como a essa altura do campeonato todos estavam em pares, graças aos bolsistas, um cavalheiro saiu da roda e, consequentemente, uma dama ficou sozinha. A música começou a tocar e cada vez que parasse, as damas teriam que mudar de cavalheiro. No final, a mulher que ficasse sozinha pagaria uma prenda. Hummmm....não gostei...brincadeirazinha mais machista!!! Por que não os cavalheiros correndo atrás das damas??? Hehehehehehe. A coitada da vez foi obrigada a dançar o Rebolation com o professor. Deprimente!!! Pelo menos ela ganhou um CD de salsa e todo mundo ficou com inveja dela...rsrsrs

E pra fechar com chave de ouro, o casal de professores deu uma demonstração de como se dança salsa de verdade. Rios de baba escorreram...

Já estou me preparando para quarta-feira. Dessa vez sem salto (ao final da aula, meus pés estavam me matando) e, quem sabe, de saia. Pra entrar no ritmo!!!

Deu vontade de dançar?
Leia mais sobre o assunto no Portal da Salsa: http://www.salsa.com.br/
Centro de Dança Jaime Aroxa: http://www.jaimearoxasp.com.br/

Beijos e até a próxima.

*Mangar = Caçoar, zombar, tirar sarro de alguém.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Fomos a bailar...

Ontem, quarta-feira...frio danado...Fui com o pessoal do Banco (e mais alguns amigos agregados) ao Rey Castro, barzinho localizado na Vila Olímpia. Uma happy hour no meio da semana era tudo o que a gente precisava pra espantar o stress que anda nos rondando...hummmm. A desculpa para o evento foi a comemoração dos aniversariantes do mês de julho (eu, Lili e Alê). Lili não pôde ir, mas eu e Alê a representamos!

Há tempos eu estava com vontade de ir a esse lugar...entrei numa de querer aprender a dançar alguma coisa e a salsa é uma opção. Às quartas no Rey Castro esse é o ritmo da vez (a atração é Pedro La Colina e Sexteto Cañaveral). A clientela é formada por dançarinos amadores e profissionais, além de leigos, é claro, querendo aprender e se divertir. E só fica parado quem quiser...



Fim do expediente, lá fomos nós ao barzinho. Às 19:15 estávamos entrando no local, que tinha aberto às 19 e estava TOTALMENTE às moscas. Se você abstraísse a música ambiente, dava pra ouvir grilos, coaxar de sapinhos e cigarras...Visão desoladora. Tava mais frio lá dentro do que lá fora...Ainda bem que pelo menos já tinha garçon pra servir a gente (eu, Alê, Leandro e Marquinhos...Camila chegou logo depois).


Camila, eu, Alê e Leandro


As empresárias Camila e Carla e Gleisy


Andresa, Cilmara e Marquinhos

Bom...pra passar o tempo vamos conversar, né? Descobrimos que Marquinhos está aprendendo dança de salão. O coitado foi bombardeado por perguntas (principalmente minhas, absolutamente interessada pelo tema!) e aproveitou para desfilar todo o seu conhecimento recém-adquirido. Bom pra gente, que já foi se preparando para a epopéia... Marquinhos disse que seu professor sempre dá a seguinte orientação para as alunas: “Se um cavalheiro lhe tirar para dançar, aceite. Não dê tábua (expressão que significa declinar do pedido). Você vai se tornar uma dançarina que sabe bailar com qualquer pessoa”. Então tá. Mas que dá medo de se aventurar na dança com um expert, quando você não sabe nem os passos básicos, ah, isso dá! A boa notícia é que os passos básicos da salsa são básicos mesmos.

Sério!

É simples...

Pernas uma do lado da outra. Manda a direita pra frente, bate a esquerda no lugar, volta a perna direita pro meio, aí a esquerda vai pra trás e a direita bate no lugar. Depois volta a direita pro lugar e começa tudo de novo. Entendeu? Não????????

E mexe o quadril durante todo o processo...

E os braços também...

E dá umas mexidas na cabeça, senão fica estranho (se for mulher, pode jogar os cabelos para os lados. Lembre-se: não jogue os cabelos pra frente e pra trás...quem faz isso é roqueiro)

É fácil ou não é??? Pensa! Simples demais!

O difícil é fazer tudo isso ao mesmo tempo, no ritmo da música, e ainda rodopiar (no próprio eixo e/ou ao redor do(a) parceiro(a)), dar alguns passos pra frente e pra trás (rodando!!!), entrelaçar os braços em cima da cabeça e na frente do corpo...e ainda fazer cara de quem sabe o que está fazendo. Aff...pra isso, ou você entra numa escola ou bate carteirinha lá no Rey toda quarta-feira. Logo, logo você pode passar fácil por discípulo(a) de Carlinhos de Jesus.

Voltando ao bar...Cilmara chegou com a amiga Andresa e logo chegaram Carla e Camila, as irmãs empresárias. Também foram Kátia, Gleisy e Robson (quase um dançarino profissional!). E haja papo, minha gente...o relógio não andava...e descobrimos que Pedro&Seus Muchachos só começariam a tocar umas 11 horas da noite. A gente tava lá desde as 7 e eu já tava bocejando...Tomei uma coca-cola pra animar....Logo Robson começa a ensinar os passinhos pra Kátia, e eu fui junto, ainda ao som da música ambiente. Não preciso dizer que Marquinhos e Robson – minoria absoluta - logo se viram enrascados, pois a concorrência para dar uma bailadinha se tornaria acirradíssima. Aí chegou o Professor Cebolinha (não sabemos o nome dele), dançarino profissional, que chamou a gente pro meio do “dancing” (ainda é assim que chama o local na frente do palco onde a gente fica dançando??? Tô desatualizada!), pois estávamos meio escondidos num canto à penumbra. “Vamos nessa, pagar o micão”, pensei. O Cebolinha, então, dançou com Kátia, comigo, com Alê, com Gleisy e com todas as demais mulheres do nosso grupo. Sensacional! Ele tinha um jeito de conduzir...até parecia que a gente sabia mesmo o que estava fazendo. Na minha vez, ninguém tava me olhando. Aí gritei: “Ei, gentem, eu tô dançando salsa...vejam...ahahahah”.


O pé-de-valsa Robson e Gleisy


Alê e Cebolinha


Aqui vou fazer um aparte, pois vocês – amigos leitores – devem estar se perguntando por que estamos chamando o professor de Cebolinha. Well...Alê e Gleisy detectaram no moço um forte bafo do referido legume. Confesso que não senti nada, uma vez que me encontro acometida por uma crise de rinite. Portanto meu olfato está comprometido.

A essa altura a casa começou a encher. E começou o desfile de quarentões, figuras exóticas e personalidades do meio artístico:

- um clone do Cid Moreira, cabeleira totalmente branca e pele bronzeadíssima (certamente acabara de voltar de uma temporada em Ibiza), passou pela gente e tentou paquerar alguém do nosso grupo;

- uma versão menos glamurosa do Chiquinho Scarpa chegou e foi direto pro salão (ah, é salão que chama o lugar onde a gente dança, né não?) estava mega animado, bailando com uma de suas mulheres;

- o Ligador, da Oi, também tava lá. As costeletas dele estavam enormes...ahahahahahah

- um dos integrantes do Blue Men Group também compareceu...só que ele estava sem o blue...parecia um skin head alemão albino translúcido (esse acho que somente eu vi...juro! merecia uma foto, mas esqueci minha máquina em casa...leitor, por favor, imagine a pessoa – a visão do 'ser' na sua cabeça valerá a pena o esforço...credo!)

- uma mocinha com o cabelo ao estilo ‘black power’ nos chamou a atenção pela indumentária: estava de meia preta e plataformão vermelho

- tinha também um moço gordinho – dando pinta a cada rodopio...uia! - que dançava pra caramba. Parecia uma garça obesa deslizando no ar com seu bailado delicado e harmonioso...Em homenagem à pessoa, Camila (a empresária, num pretinho básico lindoo!!!!!) soltou a seguinte pérola: “Bicha não dança...bicha esnoba”. Óbvio que entrou para os anais!

- e havia um casal bem atrás da gente que dançava sem parar. Dançava, não, né? Porque o negócio tava sofrível...a mulher ia pra um lado, o cara ia pro outro. Culpa dele, aparentemente. Parecia um Lango-Lango bêbado (desculpem o veneno...hehehe)

Quando todo mundo já tava se sentido em plena Dança dos Famosos, a banda começa a tocar. Muuuuuuiiiiiiito bom!!! Aí percebemos que o local estava apinhado de gente. Os garçons tinham dificuldade pra andar e dançar já não era uma opção, a não ser que você topasse esbarrar em alguém a cada remelexo. Nossa amiga Kátia não se importou com a lotação esgotada e foi quem mais dançou – Cebolinha “se apaixonou com ela” (como diria Hozana) e veio tirá-la pra dançar várias vezes. Depois teve mais uns 3 moços que vieram dançar com ela. Como boa ouvinte dos conselhos do Marquinhos, ela não deu nenhuma tábua...ahahahah. E nos momentos vagos Robson foi o seu par. Pense num fôlego.


Kátia e Cebolinha dominando o "dancing", ou melhor, o salão

No intervalo da banda, quis ir pra casa. Aí descobrimos que o nome do DJ que anima o bar é “Branco”. Só que o cara é um negão (ops...afro-americano) de 1,90m, com o cabelo rastafári e figurino à La Bob Marley. Pode?

Era quase meia-noite e lembrei de ter lido no site do Rey Castro que às quartas havia uma professora para ensinar os passos da salsa (e merengue também) aos clientes da casa. Quando eu estava pagando a conta, a aula começou. Muito legal...não deu pra ver tudo, mas fiquei com gostinho de quero mais. Com certeza voltarei!

Aos participantes dessa epopéia, super obrigada pela presença. Foram momentos muitíssimo divertidos.
Beijos.